terça-feira, 28 de junho de 2011

Proibição da venda de inibidores de apetite: Solução ou problema?

Este artigo foi publicado por Antônio Ivo de Carvalho, Conselheiro da ABRASCO e Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) e Francisco Paumgartten (Anvisa/ENSP). Vale a pena ler!

Recentemente, vimos a obesidade ser classificada como epidêmica e incorporada entre os problemas a que as políticas públicas devem dar resposta. É um tema complexo que envolve múltiplas dimensões: os padrões de beleza que escravizam homens e mulheres de todas as idades; a política agrária que joga aos céus os preços dos alimentos in natura; a venda indiscriminada dos alimentos industrializados ricos em gordura, sal e açúcar, razão de desgosto dos profissionais de saúde que conhecem os malefícios que eles são capazes de provocar.

Como para tudo existe remédio, a indústria farmacêutica colocou no mercado substâncias propagandeadas como inibidoras do apetite. Recentemente, a União Européia e os Estados Unidos cancelaram os registros dos produtos que contêm essas substâncias, e o governo brasileiro passou a cogitar a mesma decisão, com base em análise da Câmara Técnica de Medicamentos da Anvisa. Em nota pública, dez entidades ligadas à saúde apoiaram o cancelamento do registro dos chamados anorexígenos também no Brasil.

A retirada de medicamentos do mercado por decisão da autoridade sanitária causa prejuízos financeiros a alguns setores e interfere com hábitos de prescrição. Tratando-se de tema sensível como o tratamento da obesidade, e mercado tão lucrativo como o de inibidores do apetite, o acalorado debate sobre o cancelamento do registro desses medicamentos era esperado.

Por apresentar relação risco-benefício desfavorável, a comercialização da sibutramina, o mais moderno e mais estudado dos quatro inibidores do apetite comercializados no Brasil, foi suspensa na Europa em janeiro, e nos EUA, Canadá, Austrália e outros países em outubro de 2010. Os demais anorexígenos (femproporex, anfepramona e mazindol) exibem perfil de segurança ainda mais desfavorável e, na maioria dos países, foram banidos há muitos anos.

O estudo de longa duração Scout (Sibutramine Cardiovascular Outcomes Trial), envolvendo 10.744 obesos com doença cardiovascular, diabetes, ou ambas, mostrou que a sibutramina aumentou o risco de eventos cardiovasculares (como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico) nesses pacientes.

Os defensores da sibutramina argumentam que o Scout evidenciou o aumento de risco em uma população vulnerável de obesos, isto é, aqueles com doença cardiovascular e/ou diabetes, e que o fármaco seria seguro para os que ainda não apresentam essas doenças. Não há estudos clínicos comparáveis ao Scout, em rigor metodológico e poder estatístico, que sustentem essa suposição. Além disso, o mais importante em relação aos resultados do Scout não é o aumento do risco em si, mas a falta de eficácia. O objetivo do tratamento da obesidade não é a perda de peso em si, ou atingir o peso ideal, mas atenuar a morbidade associada ao excesso de peso (como doenças cardiovasculares e diabetes). O Scout mostrou que, apesar de diminuir o peso, a sibutramina não reduziu o risco cardiovascular (na verdade ela aumentou esse risco), o que é uma clara evidência da ineficácia do medicamento.

A perda de peso causada pelos anorexígenos é modesta e o peso perdido é inteiramente recuperado com a interrupção do medicamento. Os que defendem a permanência dos inibidores de apetite no mercado afirmam que emagrecimentos de 5% a 10% do peso corporal seriam eficazes para diminuir as doenças associadas à obesidade. Esse efeito benéfico ocorre com reduções modestas de peso alcançadas com dieta e exercícios físicos, mas não necessariamente quando ela é causada por inibidores do apetite. A sibutramina, por exemplo, não foi eficaz em reduzir as doenças associadas à obesidade.

A obesidade deve ser tratada não só por médicos, como também por nutricionistas, professores de educação física e psicólogos.

A prevenção e o tratamento da obesidade são um dos mais sérios desafios a serem enfrentado nos próximos anos. Os medicamentos ineficazes e perigosos são parte do problema, e não a solução.

Artigo público no Jornal O Globo, em 16/06/2011.

sábado, 25 de junho de 2011

Dicas sobre alimentação infantil

Há um tempo atras eu conheci o blog  Marmitababy e gostei muito!


Este blog é sobre alimentação infantil e eu sempre recomendo para os pacientes que tenham filhos e para as mães dos meus pacientes pequeninos. Lá a gente encontra dicas sobre preparo, tipos de alimentos recomendados e até receitas.

Estou colocando aqui embaixo uma receita de risoto de rã, ótima para as crianças e pra nós também!



O Risoto de Rã é uma refeição nutricionalmente completa, indicada para crianças com 10/11 meses que já estejam acostumadas com a mastigação.

É também um prato ideal para ser consumido por toda a família já que a carne de rã é rica em proteínas.

Outra característica positiva é o fato da carne de rã não ser alergênica, ou seja, é um alimento que não causa nenhum tipo de alergia.

- As quantidade para o preparo estão ná página receitas ok?

terça-feira, 21 de junho de 2011

Qual o melhor óleo para cozinhar?

No último sábado fiz um curso no Rio sobre Nutrição em Cardiologia que foi muito muito interessante!
Lá foi comentado sobre os diferentes tipos de óleo para utilizar em casa, e hoje nós vamos falar sobre isso.
Vou colocar aqui embaixo uma tabela com o ponto de fumaça (temperatura em que o óleo passa do estado líquido para gasoso) dos óleos que costumamos utilizar.

O que muita gente não sabe é que quando esses óleos alcançam esse ponto de fumaça começam a produzir substâncias tóxicas e prejudiciais a saúde, como a acroleína.
Então vamos lá, qual seria o melhor óleo pra utilizarmos pra cozinhar? O de soja, pois seu ponto de fumaça é mais alto? Eu sempre recomendo o de canola, mas o de soja é uma boa segunda opção.
Pois quando comparamos o de soja com o de canola encontramos uma maior concentração no de canola de ômega 3 (10% deste óleo é composto por ômega 3) e uma quantidade maior de gordura monoinsaturada (gordura “benéfica”) e pequena de gordura saturada.
O azeite tem uma composição muito boa também e pode ser utilizado para cozinhar mas nunca em temperaturas muito altas.
Mas vale lembrar que qualquer óleo deve ser usado com moderação devido seu alto valor energético para não influenciar no aumento de peso.

-          Dica: na hora de fazer o arroz refogue o alho e a cebola com um pouco de água, depois acrescente o óleo, não aqueça por muito tempo e já adicione a água do cozimento, abaixe o fogo e cozinhe normalmente.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Modelo de pirâmide alimentar tem nova abordagem educacional

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a equipe anti-obesidade comandado pela primeira-dama, Michelle Obama, propuseram substituir a pirâmide alimentar (MyPyramid), por um prato denominado MyPlate.

Este novo modelo tem o objetivo de educar a população sobre os princípios da alimentação saudável. Eu adorei, e inclusive é bem parecido com o exemplo que utilizo para os meus pacientes.
 
O prato ilustra cinco alimentos que devem fazer parte de uma refeição, dividido nas seguintes seções: frutas, verduras, grãos, proteínas e um círculo menor, ao lado do prato, representando os laticínios.

O motivo da substituição é incentivar o maior consumo de frutas e vegetais nas refeições, o que não era possível no modelo da pirâmide alimentar. Além disso, este novo modelo irá alertar os consumidores em relação ao tamanho das porções, maior ingestão de água e menor de refrigerantes e bebidas açucaradas. 
 
Para auxiliar profissionais e a população geral, a USDA criou uma página na internet para fornecer informações sobre o MyPlate (www.choosemyplate.gov), apresentando as seguintes mensagens principais:

-Aproveite o seu alimento, mas coma menos;

- Evite grandes porções;

- Monte o seu prato com metade de frutas e legumes;

- Consuma leite desnatado ou semi-desnatado;

- Consuma grãos integrais;

- Opte por alimentos com menor teor de sódio;

- Beba bastante água e menos bebidas açucaradas.
 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Óleo de peixe diminui percentual de gordura e aumenta massa magra

Em um estudo realizado nos EUA e publicado recentemente foi comprovado que a suplementação de óleo de peixe (rico em ômega 3) diminui o percentual de gordura e aumenta a massa magra em indivíduos adultos.

Os indivíduos foram acompanhados por seis semanas recebendo a suplementação.
Após esse período a avaliação antropométrica foi realizada novamente e constatado que neles houve diminuição da massa gorda, aumento de massa livre de gordura e redução do cortisol salivar*, o que evidencia os efeitos positivos do ômega 3 para a perda de peso.
*O cortisol é “o hormônio do estresse” – o qual está relacionado a um efeito negativo da composição corporal.


 

Fonte: Effects of supplemental fish oil on resting metabolic rate, body composition, and salivary cortisol in healthy adults

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Os 10 piores alimentos de todos os tempos

Está correndo na internet uma lista com os 10 piores alimentos de todos os tempos. Esta lista foi escrita pela nutricionista Michelle Schoffro Cook.

Vamos conferir?

10º lugar: Sorvete. Apesar de existirem versões mais saudáveis que os tradicionais sorvetes industrializados, a nutricionista Michelle Schoffro Cook adverte que esse alimento geralmente possui altos níveis de açúcar e gorduras trans, além de corantes e de saborizantes artificiais, muitos dos quais possuem neurotoxinas – substâncias químicas que podem causar danos no cérebro e no sistema nervoso.

9º lugar: Salgadinho de milho. De acordo com Michelle, desde o surgimento dos alimentos transgênicos, a maior parte do milho que comemos é um “Frankenfood”, ou “comida Frankenstein”. Ela aponta que esse alimento pode causar flutuação dos níveis de açúcar no sangue, levando a mudanças no humor, ganho de peso e irritabilidade, entre outros sintomas. Além disso, a maior parte desses salgadinhos é frita em óleo, que vira ranço e está ligado a processos inflamatórios.

8º lugar: Pizza. A nutricionista Michelle destaca que nem todas as pizzas são ruins para a saúde, mas a maioria das que são vendidas congeladas em supermercados está cheia de condicionadores de massa artificiais e conservantes. Feitas com farinha branca, essas pizzas são absorvidas pelo organismo e transformadas em açúcar puro, causando aumento de peso e desequilíbrio dos níveis de glicose no sangue.

7 º lugar: Batatas fritas. Contêm não apenas gorduras trans, que já foram relacionadas a uma longa lista de doenças, mas também uma das mais potentes substâncias cancerígenas presentes em alimentos: a acrilamida, que é formada quando batatas brancas são aquecidas em altas temperaturas. Além disso, a maioria dos óleos utilizados para fritar as batatas se torna rançosa na presença do oxigênio ou em altas temperaturas, gerando alimentos que podem causar inflamações no corpo e agravar problemas cardíacos, câncer e artrite.

6º lugar: Salgadinhos de batata. Além de causarem todos os danos das batatas fritas comuns e não trazerem nenhum benefício nutricional, esses salgadinhos contêm níveis mais altos de acrilamida, que também é cancerígen.

5º lugar: Bacon. Segundo a nutricionista, o consumo diário de carnes processadas, como bacon, pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 42% e de diabetes em 19%. Um estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriu ainda que comer 14 porções de bacon por mês pode danificar a função pulmonar e aumentar o risco de doenças ligadas ao órgão.

4º lugar: Cachorro-quente. Michelle cita um estudo da Universidade do Havaí, também nos EUA, que mostrou que o consumo de cachorros-quentes e outras carnes processadas pode aumentar o risco de câncer de pâncreas em 67%. Um ingrediente encontrado tanto no cachorro-quente quanto no bacon é o nitrito de sódio, uma substância cancerígena relacionada a doenças como leucemia em crianças e tumores cerebrais em bebês. Outros estudos apontam que a substância pode desencadear câncer colorretal.

3º lugar: Donuts (rosquinhas). Entre 35% e 40% da composição dos donuts é de gorduras trans, “o pior tipo de gordura que você pode ingerir”, alerta a nutricionista. Essas substâncias estão relacionadas a doenças cardíacas e cerebrais, além de câncer. Para completar, esses alimentos são repletos de açúcar, condicionadores de massa artificiais e aditivos alimentares, e contêm, em média, 300 calorias cada.

2º lugar: Refrigerante. Michelle conta que, de acordo com uma pesquisa do Dr. Joseph Mercola, uma lata de refrigerante possui em média 10 colheres de chá de açúcar, 150 calorias, entre 30 e 55 mg de cafeína, além de estar repleta de corantes artificiais e sulfitos. “Somente isso já deveria fazer você repensar seu consumo de refrigerantes”, diz a nutricionista. Além disso, essa bebida é extremamente ácida, sendo necessários 30 copos de água para neutralizar essa acidez, que pode ser muito perigosa para os rins. Para completar, ela informa que os ossos funcionam como uma reserva de minerais, como o cálcio, que são despejados no sangue para ajudar a neutralizar a acidez causada pelo refrigerante, enfraquecendo os ossos e podendo levar a doenças como osteoporose, obesidade, cáries e doenças cardíacas.

1º lugar: Refrigerante Diet. “É a minha escolha para o pior alimento de todos os tempos”, diz Michelle. Segundo a nutricionista, além de possuir todos os problemas dos refrigerantes tradicionais, as versões diet contêm aspartame, que agora é chamado de AminoSweet. De acordo com uma pesquisa de Lynne Melcombe, essa substância está relacionada a uma lista de doenças, como ataques de ansiedade, compulsão alimentar e por açúcar, defeitos de nascimento, cegueira, tumores cerebrais, dor torácica,  depressão, tonturas, epilepsia, fadiga, dores de cabeça e enxaquecas, perda auditiva, palpitações cardíacas, hiperatividade, insônia, dor nas articulações, dificuldade de aprendizagem, TPM, cãibras musculares, problemas reprodutivos e até mesmo a morte. “Os efeitos do aspartame podem ser confundidos com a doença de Alzheimer, síndrome de fadiga crônica, epilepsia, vírus de Epstein-Barr, doença de Huntington, hipotireoidismo, doença de Lou Gehrig, síndrome de Lyme, doença de Ménière, esclerose múltipla, e pós-pólio. É por isso que eu dou ao Refrigerante Diet o prêmio de Pior Alimento de Todos os Tempos”, conclui.


Interessante né? Sempre é bom aprender um pouco mais e rever nossos hábitos!